segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Já dançou com o demônio sob a luz do luar?

  No início dos anos 90 fui descobrindo as maravilhas do Nintendo 8 Bits, com meu nem-tão-saudoso Hi-Top Game… a nostalgia quase chega a fazer-me esquecer de seus inúmeros defeitos, para o humilde jogador que não lembre, cito os principais: o controle possuía apenas dois botões (a empresa Milmar aproveitou o joystick de seu videogame anterior, o Dactar, voltado para o sistema Atari), tendo “select” e “start” no console (coloque-se no meu lugar jogando Megaman 2 com suas frequentes trocas de armas!!); o cabo do mesmo era curtíssimo, fazendo com que em momentos de desespero (cito aqui você na fase 8-4 de um Super Mario Qualquer…) o console fosse arrastado, quase sempre resultando em pane naquele lindo cartucho colorido e “importado” (muitas vezes fabricado pelo seu vizinho, mas que para evitar incômodos (leia-se fugir da lei), alegava ser advindo de outras terras pré-mercosulenses.
 
Hi-Top Game (Milmar), segundo modelo

  Então, entre as diversas trocas de jogos com amigos (Locadora? Onde?!) descubro que um de meus personagens preferidos tem uma encarnação em meu brinquedo, e não é que o jogo mostra-se excelente?
     A história baseia-se na película de Tim Burton exibida nos cinemas em 1989, tendo o Coringa de vilão e sendo parcialmente inspirada na Graphic Novel “A Piada Mortal” de Alan Moore.
 
Os dois atores principais, mais o diretor
 

 
  O jogo começa em ruas noturnas com criminosos armados de diversas parafernálias tecnológicas, correndo e atirando em sua direção, assim como pequenos e mortais brinquedos rodando para cima do Morcego e sua capa tremulante, detalhe surpreendente: mesmo parado, continua a mover-se como se ao sabor do vento. 


  Mas esse side-scrollin’ não resume-se a correr, socar e pular, com o botão “start” era realizada a troca de arma em tempo real (o que me traz novamente a maldita lembrança dos botões em meu console): triplas estrelas mortais (não confundir com shurikens, diria um sábio ninja), pistola ou o excelente bumerangue, de curto alcance mas de grande uso estratégico. Eis aqui uma eterna dúvida, porque o pause era feito no “select” e não o inverso. Mas o grande destaque eram os movimentos do herói, a primeira vez que cheguei ao final do corredor no estágio 1-2 e não vi saída fiquei desesperadamente pulando na parede e eis que do nada vejo o Morcego agarrar-se nela (meia hora depois, entendo o comando certo!) foi um grande momento.
    
  A trilha sonora é ótima, como todas obras da Sunsoft, sintetizadores com músicas rápidas remetendo ao ritmo frenético da ação e ao chegar nos Bosses (chefes de fase) vinha a melhor parte: um Hard Rock de primeira, inesquecível e digno de releituras (Goat, Minibosses, Megadriver, etc.).
  
  Tema do Boss 

  Tema do primeiro estágio executado por uma pianista

  Vídeo de um protótipo com todas cutscenes, inclusive algumas não usadas na versão final do game 
  
  Final da versão comercializada 

  Para quem não conhece, corra atrás, mesmo achando que o posterior Return of the Joker é melhor, será diversão certa e de bom nível de dificuldade (espere chegar às ultimas fases para contrariar-me).
  Existem diversas roms hackeadas desse game, algumas com gráficos levemente melhorados, como Batman MCB, do programador brasileiro MacBee e há também uma adaptação para Mega Drive, produzido pela mesma Sunsoft, que não chega a ser um remake, mas possui algumas músicas e passagens semelhantes.

  Como citei anteriormente, joguei este título em um cartucho pirata, não sei se isto influenciou ou não em um cheat descoberto por mim e outros amigos: por não gostar do controle de meu supracitado Nintendo, estava sempre comprando ou emprestando outros, um modelo de pouca durabilidade era o control pad do Top Game da CCE, após algum tempo de uso, ocorria uma pane em seu circuito resultando no funcionamento de todos botões ao mesmo tempo ao pressionar o botão “A”, realizando tal comando no jogo do Cavaleiro das Trevas, conseguia-se a invencibilidade.
       
  Ever Dance With The Devil In The Pale Moon Light?
  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Green Beret

  Este game possui um imenso valor nostálgico para minha pessoa, lembro que foi um dos, senão o primeiro arcade que joguei na minha vida. Esta máquina me remete à memórias de 30 anos atrás: ficava largada em um fliperama próximo de minha casa, entre outros títulos da época: Gladiator, Jailbreak, 1942, Robocop, etc.
Durante alguns meses, sempre que eu ganhava algumas moedas me aventurava pelos cenários militares desse jogo.   Passados alguns anos depois de diversas fichas, minha mãe resolve me presentear com um console para que eu pare de sair de casa em busca de onde jogar, entramos em uma loja Mesbla
onde tinha o Bit System da Dismac, uma réplica quase idêntica ao Nintendo Americano,
 mas por problemas de avaliação no crédito, tivemos que sair da loja sem o aparelho, implorei para que não fosse embora sem algum videogame da sonhada plataforma, ela sugere outra loja localizada em frente, onde havia crédito, acredito ser uma extinta loja Arapuã... 
 No estabelecimento, o único Nintendo disponível era o Hi-Top Game da Milmar, que vinha com o mesmo horrível controle de seu produto anterior (Dactar) e que eu era acostumado...
  


  Sabia que viria com um jogo grátis, algum dos títulos comercializados por eles, que eu tinha visto em diversas lojas, sendo nenhum deles de meu interesse. Mas ao abrir a caixa, há um cartucho americano chamado Rush'n Attack, sem saber do que se trata ligo na minha saudosa TV Preto&Branco 17' e descubro que era o mesmo game que tanto joguei pouco tempo antes!!



   O título é um Run n' Gun, tipo de game onde como a própria denominação diz, deve-se andar e atirar de forma desenfreada numa jogatina que exige muito reflexo, imagine um Contra onde ao invés de uma metralhadora com diversos tipos de tiros o soldado possui apenas uma faca, com exceção de uma limitada bazuca encontrada em poucos momentos...
game Contra, título popular da mesma empresa, Konami
  
  Aqui o vídeo de uma passagem secreta encontrada apenas na versão japonesa do jogo:
https://www.youtube.com/watch?v=i2pMw5U-IAo
  Conheça aqui, as diversas versões:
https://www.youtube.com/watch?v=7D3wfuwzMg8
  
  Esse foi um dos poucos games que terminei com o controle original de meu Nintendo, depois fui obtendo outros, uma vantagem da época era que quase todos clones brasileiros da plataforma usavam o mesmo plug...

Phantom System, Gradiente

Controle de uma edição do Hi-Top posterior à minha

Top Game, CCE


 
  Concluo minhas nostálgicas lembranças com uma coincidência: o mesmo prédio da extinta loja Mesbla na qual não obtive o sonhado Bit System, quase duas décadas depois tornou-se uma instituição de ensino superior onde fiz meu curso de Letras...